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O Ministério da Saúde ainda não respondeu a CBF sobre a aprovação do protocolo. Mas indicou que até o fim de semana libera o documento. A previsão é de publicação e distribuição na segunda-feira. Internamente, a diretoria da entidade nacional do futebol já tinha aprovado o protocolo, que tem mais de 20 páginas e embasou Rio de Janeiro e Santa Catarina, dois dos primeiros estados que prepararam seu planejamento.
A troca do ministro da Saúde, em meados de abril, atrasou a publicação do protocolo nacional da CBF. O recuo foi estratégico do presidente da CBF, Rogéri Caboclo. Já havia pressão por todos os lados para a bola rolar, pelo menos para a volta dos treinos, mas principalmente de cima, com manifestações constantes do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Apoiado em trabalhos acadêmicos, estudos de avanço da pandemia dentro e fora do país, o documento prevê testes em todo o país - foram listados 17 laboratórios que produzem os kits para exames de coronavírus. Mas ainda há algumas dúvidas sobre a aquisição dos testes.
Alguns clubes já se adiantaram e já adiantaram encomendas, como o Flamengo, o Grêmio, o Palmeiras e o Bragantino. Nas reuniões desta semana, alguns clubes entenderam que vão precisar comprar sozinho os testes, mas outros aguardam ajuda da CBF e das federações. Sobre o protocolo, alguns já receberam de federações de outros estados, mas a maior parte ainda aguarda a CBF.
Existe expectativa de articulação da CBF com os órgãos de saúde para auxiliar na compra destes equipamentos. O presidente Bolsonaro se manifestou desde o início contrário à paralisação de competições e influenciou diretamente na mudança de rota da CBF. Caboclo, em reunião com os clubes, chegou a dizer que "o vírus não tinha o celular dele para dizer quando o futebol iria voltar".
Os médicos consultaram protocolos que já estão sendo utilizados nas federações da Espanha, de Portugal e em alguns clubes do Japão e da Alemanha, como o Bayern de Munique e o Bayer Leverkusen.
Cada médico escreveu parte do documento e depois passou para Jorge Pagura, presidente da Comissão Nacional de Médicos, consolidar as sugestões e discutir as ideias.
Alguns dos pontos definidos no protocolo:
Testes rápidos de coronavírus - para todos jogadores e familiares, além da comissão técnica e estafe envolvido nos clubes e jogos. O documento não diz quem vai comprar os testes.
Medição de temperatura - por infravermelho na chegada dos atletas e demais envolvidos nos locais de treinamentos.
Treinos com grupos separados - horários agendados para a chegada de todos. Com uso de máscaras em comissão técnica e estafe, com as reuniões necessárias realizadas por vídeo. Importante separar atletas em grupos, com distância segura entre atletas.
Questionário prévio - médicos devem identificar possíveis casos suspeitos de coronavírus através de questionário médico. Caso haja sintomas, deve realizar teste rápido e podendo ir para casa em isolamento social.
Rouparia e lavanderia - jogadores devem ir já vestidos para os treinos, com utensílios pessoais, sempre levando para lavagem em casa.
Nutrição - o atleta vai fazer hidratação e suplementação em espaço individual de treinamento no campo aberto. A alimentação será realizada em casa, com cardápio orientado por nutricionistas do clube.
Vestiários - devem ser evitados no início. Quando autorizados, usar todos vestiários disponíveis, com divisão máxima de grupos de atletas. Por exemplo, uso de vestiário de mandante, visitante e de comissão de arbitragem.
Tratamento médico e fisioterapia com cuidados especiais - priorizar atletas lesionados e em casos pós-operatórios. Evitar contato com atletas, para isso uso essencial de máscaras e luvas, com as macas sempre higienizadas. Além disso, isolamento entre postos de tratamento.
Academia - devem também ser evitadas no primeiro momento. De preferência, usar pesos livros e barras em ambiente externo, de uso individual e sempre desinfetados antes e depois do uso.
Corredor de segurança no local de treino
Contratação de empresas de desinfecção e descontaminação
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